segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PMs do RN serão julgados terça-feira (13) em Campina Grande por chacina em 2009


A determinação da Justiça do Estado da Paraíba (PB) foi assinada. O julgamento dos policiais militares do Rio Grande do Norte acusados de uma chacina há mais de três anos perto de Catolé do Rocha, devem ir ao Tribunal do Juri Popular na cidade de Campina Grande, na Paraíba. O julgamento está agendado para acontecer nesta terça-feira (13).

Antes, porém, o TJP havia sido agendado para acontecer no Fórum Municipal de Catolé do Rocha, porém, o sistema de segurança público deixou a desejar e fez com que a Justiça mudasse a cidade para acontecer o julgamento com mais precisão e com menos risco de acontecer atentados contra os réus e as partes envolvidas, como advogados e promotores.

A determinação da Justiça da Paraíba se transformou em uma ordem expressa ao Comando do Bope no Rio Grande do Norte, que está mobilizando cerca de 40 homens bem treinados para garantir a transferência dos policiais presos para o julgamento na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba. O Bope terá como missão levar e trazer os PMs presos.

Vão sentar cinco pessoas no banco dos réus pela chacina:
Andriê Herculano de Oliveira, de 33 anos;
Ewerton Fernandes da Silva, Bio de 41 anos;
Antônio Carlos Ferreira da Silva, Carlão de 40 anos;
Obs: Estes estão presos no II BPM, de Mossoró.
Erinaldo de Oliveira Pereira, “Mongoloide”.
Alan Evangelista das Neves, de 32 anos.
Obs: Este último será julgado separado dos demais réus.

As vítimas da chacina são:
Veronaldo de Freitas Alves, o “Veronaldo Veras”,
Ivani Veras de Freitas da Silva, mãe do Veronaldo
Francisco Luzinaldo da Silva, Caseiro da família.

Veja sobre a guerra entre famílias na Paraíba
As execuções aconteceram no dia 6 de março de 2009, na zona rural de Brejo do Santos, que ficam entre as cidades de Catolé do Rocha, na PB, e Alexandria, no RN. Os acusados que vão Juri Popular usaram pistolas e escopetas calibre 12. O crime foi percebido pelos vizinhos no dia seguinte e assim começou o trabalho de investigação da Policia.

Como foi elucidado o crime

A Polícia Civil elucidou o crime a partir da prisão de “Mongolóide”. Antes de ser executado, Veronaldo Veras ligou para um parente e disse que estava esperando a visita de Mongolóide e seu primo, que é o soldado Andriê. Os dois iriam à casa de Veronaldo para negociar uma arma, pertencente ao PM do RN. No dia seguinte, os três moradores da casa foram encontrados mortos, vítimas de inúmeros disparos de pistola e escopeta. A primeira providência, com essa informação, foi localizar Mongolóide, que foi preso e delatou a participação dos outros.

A prisão dos PMs

Os soldados Andriê Herculano de Oliveira, Ewerton Fernandes da Silva, o “Bio”, e Antônio Carlos Ferreira da Silva, o “Carlão”, foram presos em Mossoró, em ocasiões diferentes. O primeiro a ser colocado detrás das grades foi Andriê, cujas provas iniciais do envolvimento eram mais robustas, na manhã do dia 7 de março. Andriê se apresentou para trabalhar no II BPM e recebeu a ordem de prisão.

Na casa dele, foram apreendidas balas de calibres 380 e 357, além de cartuchos para escopeta de calibre 12, uma pistola de calibre 380 com três carregadores, todos sem registro oficial, e uma coronha de espingarda de calibre 12. Os calibres eram idênticos aos das armas utilizadas na chacina.

Menos de uma semana depois, os soldados Bio e Carlão também foram presos, em Mossoró. O primeiro deles se apresentou no II BPM, enquanto o outro recebeu voz de prisão ao se apresentar para o serviço na Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Sousa.

O trio foi encaminhado para o quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Natal, onde ficou preso durante o período da investigação. Eles foram transferidos de volta para o II BPM e continuam presos, esperando o julgamento.

O último acusado a ser preso foi Alan Evangelista das Neves, localizado no interior do Ceará, durante uma abordagem feita por policiais rodoviários federais. Ele estava em uma motocicleta com placa adulterada e acabou preso. A moto pertencia a um mototaxista que havia sido assassinado e foi encontrado sete dias depois, em abril de 2009.

Tanto ele quanto Erinaldo de Oliveira Pereira, “Mongoloide”, o primeiro a ser preso, continuam à disposição da Justiça, esperando o julgamento, que deve acontecer nesta terça-feira, em segurança, na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba.
A guerra entre famílias no Alto Sertão da Paraiba e no Oeste do Rio Grande do Norte foi destaque em reportagem veiculada no Fantástico, da Redo Globo

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